A exploração de pedra natural, embora essencial para a economia e para o património construtivo, deixa uma marca evidente no território. Tal como outras atividades extrativas, tem impactos significativos ao nível da paisagem, dos ecossistemas e da geodinâmica local. No entanto, à medida que os recursos se esgotam ou a atividade se torna inviável, muitas pedreiras são abandonadas — permanecendo como cicatrizes visíveis na geografia e sem uma função definida.
É neste ponto que se abre uma janela de oportunidade: transformar estes espaços inativos em recursos úteis para as comunidades e para o ambiente. O planeamento e requalificação destas áreas é hoje visto como uma componente essencial da estratégia de transição para uma economia mais circular, sustentável e socialmente integrada.
O que envolve a requalificação de uma pedreira?
O reaproveitamento de antigas áreas de extração é um processo multidisciplinar, que cruza a engenharia geotécnica, a ecologia, o urbanismo e a arquitetura paisagista. Embora cada caso tenha as suas especificidades, há um conjunto de etapas comuns:
- Diagnóstico técnico e ambiental: análise da estabilidade dos taludes, qualidade dos solos e águas, avaliação da contaminação e identificação de estruturas existentes;
- Planeamento do novo uso: deve respeitar os instrumentos de ordenamento do território e responder às necessidades e aspirações das comunidades locais;
- Recuperação ecológica: com ações como o controlo da erosão, drenagens, plantação de vegetação autóctone ou reintrodução de habitats;
- Implementação do novo projeto: criação de espaços recreativos, culturais, educativos, áreas produtivas ou mesmo bairros urbanos, conforme a vocação do território.
Impactos positivos: muito além da paisagem
A requalificação de pedreiras traz benefícios claros e quantificáveis, em múltiplas dimensões:
Área | Contributo |
Ambiental | Recuperação de ecossistemas, aumento da biodiversidade, sequestro de carbono e melhoria da qualidade do solo e da água |
Social | Criação de espaços verdes e educativos, integração comunitária, promoção da saúde e bem-estar |
Cultural | Valorização do património geológico e industrial, reforço da identidade local |
Económico | Desenvolvimento turístico, novos usos produtivos, dinamização de economias locais e geração de empregos |
Exemplo inspirador: Estádio Municipal de Braga
Um dos casos mais emblemáticos em Portugal é o Estádio Municipal de Braga, construído numa antiga pedreira de granito. A intervenção do arquiteto Eduardo Souto de Moura demonstrou como é possível integrar arquitetura contemporânea e reabilitação territorial, respeitando a morfologia existente e transformando um espaço abandonado num ícone cultural e desportivo.
Mais do que uma tendência: uma exigência
Com as crescentes pressões regulatórias e sociais sobre o setor da pedra natural, estas intervenções deixam de ser uma boa prática opcional para se tornarem uma exigência estratégica. A abordagem regenerativa ao território não só minimiza os impactos ambientais como abre caminho para soluções inovadoras em ordenamento e valorização do espaço pós-industrial. Aliás, estas áreas podem desempenhar um papel vital na criação de infraestruturas verdes, zonas de inovação territorial ou polos de regeneração ecológica, contribuindo para metas de sustentabilidade e coesão territorial.
O compromisso da Frontwave
Na Frontwave, acreditamos que o futuro da indústria da pedra natural exige uma integração clara entre inovação, sustentabilidade e valorização territorial. A nossa atuação estende-se a todas as fases do setor — da extração à transformação, passando pela regeneração de espaços e pela criação de novos produtos com base em materiais naturais. O nosso compromisso é ajudar empresas e entidades a responder aos desafios ambientais e sociais com soluções estratégicas, criando valor económico e reforçando o papel da pedra como recurso identitário e competitivo.
Através da Stone.FW, promovemos práticas sustentáveis e inovadoras que contribuem para um setor mais eficiente, circular e preparado para o futuro. Desenvolvemos projetos que combinam conhecimento técnico, sensibilidade territorial e visão de longo prazo, apoiando a transição da indústria para modelos mais responsáveis e geradores de impacto positivo.