O Museu de História da Polónia é um edifício de grande importância cultural e arquitetónica, que exigiu critérios rigorosos na escolha dos materiais, com especial foco na durabilidade e segurança. Para incorporar a fachada deste projeto foi escolhido mármore português – Mármore Ruivina – dada a sua estética e propriedades mecânicas. Para garantir que o material cumpre os requisitos técnicos e suporta as condições climáticas adversas a que estaria exposto, foi necessário realizar uma série de ensaios, fundamentais para confirmar essa escolha.
Os ensaios foram executados no Laboratório de Materiais e Produtos da Frontwave (Lab.fw), laboratório acreditado, reconhecido nacional e internacionalmente e com a competência técnica necessária para garantir confiança e fiabilidade nos resultados. Com o objetivo de assegurar que o material estaria apto a enfrentar os desafios ambientais e mecânicos e, simultaneamente, proporcionar aos engenheiros e arquitetos dados concretos sob os quais pudessem tomar decisões técnicas, foram realizados os seguintes ensaios de resistência:
1. Resistência à Flexão sob Carga Centrada
Norma de Ensaio: EN 12372
O ensaio de resistência à flexão sob carga centrada é crucial para avaliar a capacidade da pedra de suportar as cargas que poderá enfrentar quando instalada na fachada. Este ensaio determina a resistência do material a esforços de flexão, simulando a pressão de cargas, como o peso próprio da estrutura e forças externas, como o vento. Para fachadas expostas, a resistência à flexão é essencial, pois previne que o material sofra rachas ou fraturas, mantendo a integridade estrutural e estética ao longo dos anos.
2. Resistência às Ancoragens: Carga de Rutura ao Nível do Orifício de Ancoragem
Norma de Ensaio: EN 13364
A resistência às ancoragens avalia a capacidade de a pedra permanecer fixada à estrutura da fachada sem risco de desprendimento. Este ensaio simula condições de carga por tração, analisando se o sistema de fixação será capaz de suportar não só o peso das pedras, mas também forças externas como vibrações que podem impactar na estabilidade das ancoragens.
3. Resistência ao Gelo: Flexão Antes e Após Gelo
Norma de Ensaio: EN 12371 (Ensaio A)
A fachada do Museu de História estará exposta a ciclos de congelamento e descongelamento, comuns nos invernos rigorosos da Polónia. Para garantir que a pedra suporta essas condições, realizou-se o ensaio de resistência ao gelo (ensaio tecnológico), para determinar o efeito dos ciclos de gelo/degelo na Resistência à Flexão sob Carga Centrada.
Durante o processo, a pedra é submetida a ciclos de congelamento/descongelamento repetidas vezes para simular o efeito do clima e identificar se ocorrem fissuras ou outros danos estruturais e/ou visuais que podem comprometer a durabilidade e estética do material e ainda avaliar a variação da resistência do material à flexão. Cada ciclo de gelo é constituído por um período de seis horas de gelo ao ar, seguido por um período de seis horas de descongelamento, durante o qual os provetes são imersos em água. As temperaturas durante o ciclo variam entre -10ºC e 13ºC.
Neste caso concreto, foram executados 100 ciclos de gelo.
4. Resistência do Mármore a Ciclos de Calor e Humidade
Norma de Ensaio: EN 16306
Além do frio extremo, o mármore usado na fachada do museu também estará exposto a mudanças sazonais de temperatura e humidade, especialmente durante os meses de verão. O ensaio de resistência a ciclos de calor e humidade é fundamental para determinar como o mármore reage a essas variações. Durante o ensaio, o mármore é exposto a 50 ciclos alternados de altas temperaturas e alta humidade, simulando o efeito do clima ao longo dos anos. Este ensaio permite identificar se o mármore tende a expandir, contrair ou sofrer erosão em condições de calor e humidade elevados, o que pode comprometer tanto sua aparência visual quanto sua integridade estrutural.
Garantia de Segurança, Durabilidade e Valor Estético
A realização dos ensaios de resistência à flexão, resistência às ancoragens, resistência ao gelo e resistência a ciclos de calor e humidade no mármore Ruivina representa um compromisso com a segurança e a longevidade da fachada do museu. Estes ensaios permitiram confirmar que a pedra escolhida responde aos padrões de qualidade exigidos para uma construção de prestígio, onde não apenas a segurança, mas também a durabilidade e a estética, são fundamentais, minimizando a necessidade de futuras intervenções e preservando o valor arquitetónico da fachada do Museu de História da Polónia, construída com uma nobre pedra portuguesa.
Foto: Daniel Ciesielski