A urgência em combater as alterações climáticas levou a União Europeia a intensificar os seus esforços para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. A recente revisão da Diretiva relativa ao desempenho energético dos edifícios reflete este compromisso, com foco na descarbonização. A meta é ambiciosa: reduzir substancialmente as emissões no setor da construção até 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2050. Para atingir este objetivo, todos os setores envolvidos na construção precisam de adotar práticas mais sustentáveis e de baixo impacto ambiental. O setor da pedra natural não é exceção.
Analisando esta notícia do Natural Stone Institute (NSI), a pedra natural apresenta um potencial significativo para ajudar a reduzir o carbono incorporado nos projetos de construção. As infografias disponíveis evidenciam como o processo de fabrico da pedra natural, comparado com materiais como o betão pré-fabricado ou o quartzo, resulta em menores emissões de carbono. Isto deve-se à simplicidade do processo de fabrico da pedra natural, que, ao contrário de outros materiais, não envolve múltiplos ingredientes nem processos industriais complexos. O resultado é um material com um menor potencial de aquecimento global, tornando-o uma escolha mais sustentável para arquitetos e engenheiros empenhados na redução do impacto ambiental dos seus projetos.
Em Portugal, o setor da pedra natural tem vindo a adotar várias medidas para minimizar o seu impacto ambiental. Desde a extração até ao transporte, todas as fases do processo produtivo estão a ser revistas para reduzir as emissões e otimizar os recursos. Entre as soluções destacam-se o uso de energias renováveis, a implementação de tecnologias de inteligência artificial para prever e planear melhor a exploração das pedreiras, e a redução de desperdícios através da otimização dos processos, recorrendo à análise de imagem das chapas de pedra. Além disso, é essencial reeducar e formar arquitetos e designers, promovendo uma utilização mais consciente e informada da pedra natural.
Iniciativas como o projeto PRR – Sustainable StonebyPortugal, onde a Frontwave lidera o Workpackage 2 – Digital Stone, e o programa Road to 2050 da Assimagra são exemplos notáveis dos esforços que estão a ser realizados no setor para enfrentar estes desafios. Não se podem esquecer, contudo, as várias iniciativas individuais promovidas diariamente pelos gestores das grandes empresas de pedra em Portugal, que têm desempenhado um papel crucial na transformação do setor.
A descarbonização não é apenas uma necessidade ambiental; é uma oportunidade para o setor da pedra natural se reinventar e fortalecer a sua competitividade no mercado global. Ao adotar práticas mais sustentáveis, o setor não só contribui para a mitigação das alterações climáticas, mas também se posiciona como líder na construção de um futuro mais verde e sustentável.
O desafio é grande, mas as oportunidades são ainda maiores. Para o setor da pedra natural em Portugal, o caminho para a neutralidade carbónica não é apenas uma meta a alcançar, mas uma jornada que está a moldar o futuro da indústria.